Devemos criar laços fortes com nossos filhos, eles devem nos ver como amigos e poder conversar conosco. Mas não podemos esquecer que somos pais e devemos orientar, chamar atenção e buscar mostrar o caminho correto.
Acredito que em uma sociedade digital, os laços analógicos devem ser ainda maiores. Passar tempo de qualidade, investir em diálogos sobre todos os assuntos possíveis — dentro do que é adequado para cada idade — é essencial. Pergunte sobre a escola, os amigos, os interesses, o que fizeram durante o dia. Converse sobre a vida. Porque, se o diálogo em casa não acontece, ele inevitavelmente acontecerá em outro lugar — e nem sempre com pessoas que oferecerão as melhores orientações.
A adolescência é um período de transição, marcado pela necessidade de autonomia, mas também de pertencimento. Quando o jovem não encontra espaço para se expressar em casa, tende a buscar acolhimento fora. E é nesse ponto que muitos conflitos podem surgir — justamente quando o silêncio se instala.
A psicóloga e educadora Rosely Sayão, no livro “Educação sem Bla-Bla-Bla” (Editora Contexto, 2022), defende que o diálogo familiar é um dos pilares da educação emocional. Segundo ela, “ouvir não é apenas deixar o outro falar, é estar inteiro na escuta”. Essa presença genuína é o que permite aos adolescentes perceberem que suas vozes importam.
Em outro texto do nosso blog, “Pais cansados, filhos sobrecarregados”, falamos sobre a importância da qualidade do tempo compartilhado. E esse mesmo princípio se aplica aqui: não é a quantidade de conversas que importa, mas a profundidade delas.
Pais e filhos precisam aprender juntos a se reconectar. O afeto se constrói no olhar atento, nas palavras que acolhem e nos silêncios respeitosos que abrem espaço para o outro se expressar.
Namastê










