Todo mundo fala sobre a importância do foco, mas poucos explicam o que realmente acontece dentro do cérebro quando tentamos nos concentrar. E menos ainda mostram o que podemos fazer, na prática, para manter a atenção em meio a tantos estímulos.
Vamos conversar sobre isso?
O foco começa fora da cabeça
Pode parecer contraditório, mas a primeira coisa a se observar quando falamos de foco não está dentro do cérebro, e sim no ambiente.
Segundo o neurocientista e autor Daniel Levitin, em seu livro A Mente Organizada (click para adquirir o livro), o cérebro humano não foi feito para multitarefas constantes. A cada vez que trocamos de atividade (ou conferimos uma notificação no celular), perdemos energia cognitiva e demoramos, em média, 23 minutos para recuperar o mesmo nível de concentração anterior.
Exemplo prático: se você está estudando e o celular vibra com uma mensagem, mesmo que apenas “dê uma olhadinha”, seu cérebro sofre um rompimento de foco. É como se estivesse navegando em alto mar e, de repente, tivesse que remar de novo para alcançar a mesma direção.
O que a neurociência revela
Nosso cérebro evoluiu para prestar atenção em novidades. Um barulho, uma imagem em movimento, uma notificação… tudo isso aciona o sistema de alerta do cérebro, coordenado por estruturas como a amígdala e o córtex pré-frontal.
De acordo com a neurocientista Amy Arnsten, da Universidade de Yale, o excesso de estímulos pode saturar o córtex pré-frontal, justamente a área responsável pela atenção, tomada de decisão e autocontrole.
Quer entender melhor como aprendemos e por que o foco é tão importante nesse processo? Leia também:
Metacognição: o segredo para aprender melhor
A rotina como aliada da atenção
Foco não é apenas algo que “aparece”. Ele é treinado e sustentado por hábitos e rotina. Ter horários definidos para acordar, estudar, se alimentar e descansar ajuda o cérebro a se organizar. Isso reduz a ansiedade e melhora o desempenho nas tarefas.
Exemplo prático: adolescentes que dormem e acordam em horários irregulares têm mais dificuldade de manter o foco nas aulas. Já aqueles que seguem uma rotina com momentos para estudo e descanso conseguem treinar melhor o cérebro para estar presente quando é necessário.
Como criar um ambiente de foco em casa?
Algumas pequenas mudanças podem ajudar bastante:
- Estude longe do celular ou com ele no modo avião
- Use fones com ruído branco ou músicas instrumentais suaves
- Organize seu material antes de começar (evita pausas desnecessárias)
- Avise à família quando precisar de silêncio
- Faça pausas conscientes: respire, caminhe, olhe para longe
Para os pais, vale lembrar: foco também nasce do vínculo. Criar uma rotina com diálogo e escuta ativa é essencial. Leia também:
Filhos precisam de limites, diálogo e presença
Foco é direção, não prisão
É importante lembrar: ter foco não é virar uma máquina de produtividade, e sim aprender a escolher o que merece sua atenção.
Cultivar o foco é também um exercício de autoconhecimento. Requer entender o que te distrai, como você aprende melhor e que tipo de rotina faz sentido para a sua realidade.
Conclusão
Desenvolver o foco é uma jornada. Exige mudanças no ambiente, na rotina e, principalmente, na forma como lidamos com nosso próprio cérebro.
A boa notícia? Foco se treina. E com conhecimento, apoio e consistência, é possível alcançar resultados incríveis — nos estudos, no trabalho e na vida.
Se você quer continuar aprendendo mais sobre foco, atenção e desenvolvimento pessoal, acompanhe nossos conteúdos nas redes sociais e visite o nosso site: izabelaruiz.com.br. Estamos aqui para te ajudar a construir sua melhor versão!
Namastê