Parents berates her teenage child in interior. Focus on boy only

A pressão por desempenho: como apoiar sem sufocar crianças e adolescentes

Encontrar o equilíbrio entre incentivar e sobrecarregar é, talvez, um dos maiores desafios da educação moderna.
Como estimular o esforço sem gerar ansiedade?
Como inspirar a resiliência sem alimentar o medo do fracasso?

Vivemos um tempo em que o “fazer mais” virou sinônimo de valor pessoal. Mas crianças e adolescentes não precisam apenas de resultados — precisam de suporte emocional, acolhimento e compreensão. A geração atual cresceu cercada por facilidades tecnológicas e acesso rápido à informação, o que criou uma sensação de controle constante. Ainda assim, quando a vida real exige paciência, espera ou frustração, muitos se sentem perdidos.

O psicólogo e pesquisador Martin Seligman, no livro Felicidade Autêntica” (Objetiva, 2004), explica que a verdadeira resiliência nasce da capacidade de interpretar as adversidades de forma mais construtiva — reconhecendo o que é possível mudar e aceitando o que foge ao controle. Essa visão é fundamental para ensinar nossos jovens que errar, recomeçar e tentar novamente faz parte do crescimento.

Em nosso artigo Crianças ansiosas: sinais de alerta e práticas de atenção plena, refletimos sobre a importância de desacelerar e cultivar presença. A pressão por desempenho muitas vezes nasce do medo — medo de decepcionar, de ser comparado, de não “dar conta”. Acolher essas emoções é o primeiro passo para fortalecer a autoconfiança e a autonomia.

Pais e educadores podem (e devem) oferecer desafios, mas também precisam ensinar sobre limites. Apoiar sem sufocar é dar espaço para o erro, é permitir que a criança experimente o desconforto natural da aprendizagem sem se sentir sozinha. É estar por perto, mas sem invadir. É acreditar, mas sem exigir perfeição.

O papel do adulto é o de um guia — alguém que observa, compreende e ajuda o outro a caminhar com segurança. Afinal, crescer não é vencer sempre, é aprender a recomeçar com coragem e equilíbrio.

🌿 Um convite à atenção plena

Práticas simples de mindfulness podem ajudar famílias a lidar melhor com a pressão cotidiana. Respirar juntos antes dos estudos, fazer uma pausa consciente durante o dia ou agradecer algo antes de dormir são gestos que ensinam presença e autorregulação emocional. Quando pais e filhos compartilham momentos de atenção plena, aprendem que a vida não é uma corrida — é um caminho que se percorre com leveza, um passo de cada vez.

Namastê

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A geração que fala pouco com os pais: por que os adolescentes se fecham e como reabrir o diálogo

Devemos criar laços fortes com nossos filhos, eles devem nos ver como amigos e poder conversar conosco. Mas não podemos esquecer que somos pais e devemos orientar, chamar atenção e buscar mostrar o caminho correto.

Acredito que em uma sociedade digital, os laços analógicos devem ser ainda maiores. Passar tempo de qualidade, investir em diálogos sobre todos os assuntos possíveis — dentro do que é adequado para cada idade — é essencial. Pergunte sobre a escola, os amigos, os interesses, o que fizeram durante o dia. Converse sobre a vida. Porque, se o diálogo em casa não acontece, ele inevitavelmente acontecerá em outro lugar — e nem sempre com pessoas que oferecerão as melhores orientações.

A adolescência é um período de transição, marcado pela necessidade de autonomia, mas também de pertencimento. Quando o jovem não encontra espaço para se expressar em casa, tende a buscar acolhimento fora. E é nesse ponto que muitos conflitos podem surgir — justamente quando o silêncio se instala.

A psicóloga e educadora Rosely Sayão, no livro Educação sem Bla-Bla-Bla” (Editora Contexto, 2022), defende que o diálogo familiar é um dos pilares da educação emocional. Segundo ela, “ouvir não é apenas deixar o outro falar, é estar inteiro na escuta”. Essa presença genuína é o que permite aos adolescentes perceberem que suas vozes importam.

Em outro texto do nosso blog, Pais cansados, filhos sobrecarregados”, falamos sobre a importância da qualidade do tempo compartilhado. E esse mesmo princípio se aplica aqui: não é a quantidade de conversas que importa, mas a profundidade delas.

Pais e filhos precisam aprender juntos a se reconectar. O afeto se constrói no olhar atento, nas palavras que acolhem e nos silêncios respeitosos que abrem espaço para o outro se expressar.

Namastê

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Pais cansados, filhos sobrecarregados: o impacto da rotina acelerada na relação familiar

“Esse tema é uma reflexão sobre os dias atuais. Nós, pais, trabalhamos muito. Uma rotina pesada e cansativa que não nos permite, muitas vezes, pararmos e olharmos para o todo. Porém, precisamos ter o momento de: Como foi seu dia? E ouvir… ouvir com atenção e interação.
O hábito das refeições à mesa é fundamental — e sem celular. Sempre devemos conversar com nossos filhos e passar tempo de qualidade. Essa palavra é importante… qualidade. Trinta minutos de presença valem mais do que horas em que ninguém, mesmo estando perto, se conecta de verdade.”

Vivemos a era da pressa. Tudo é urgente, tudo precisa ser entregue, respondido, resolvido. Entre compromissos, telas e agendas, as relações familiares estão sendo silenciosamente substituídas por notificações e cansaço.

O problema é que, quando o tempo de convivência se torna apenas logístico — levar, buscar, alimentar, cobrar —, os laços se enfraquecem. E crianças e adolescentes, mesmo cercados de estímulos, sentem a ausência emocional daqueles que mais amam.

O excesso que esvazia

No livro A Coragem de Ser Imperfeito (Sextante, 2013), a pesquisadora Brené Brown afirma que “a exaustão nunca foi uma medalha de honra”. O excesso de compromissos, segundo ela, é uma tentativa de provar valor — mas que nos desconecta do essencial: o afeto, a escuta, o cuidado.
Famílias inteiras têm adoecido por falta de pausa, de conversa e de olhar.

Pais cansados e filhos sobrecarregados vivem em extremos que se tocam: ambos estão exaustos. Um, por tentar dar conta de tudo; o outro, por não conseguir entender o que realmente importa em meio a tantas cobranças.

Tempo de qualidade: o que realmente significa?

Tempo de qualidade não é quantidade. É presença integral — corpo, mente e coração no mesmo lugar. É o momento em que o celular fica de lado e o olhar se encontra.
Pequenos rituais familiares, como refeições juntos, caminhadas ou até o simples “boa noite” sem pressa, constroem vínculos profundos e fortalecem a segurança emocional das crianças.

Em outro artigo aqui no blog, “Crianças ansiosas: sinais de alerta e práticas de atenção plena para o dia a dia”, refletimos sobre como o ritmo acelerado da rotina moderna tem afetado a saúde emocional infantil.
Essa mesma lógica se aplica às relações familiares: a presença é a base da calma e do pertencimento.

Um convite à presença

Nem sempre conseguiremos desacelerar o mundo, mas podemos reduzir a pressa dentro de casa.
Podemos respirar juntos, rir de algo bobo, olhar nos olhos e perguntar:

“Como você está se sentindo hoje?”

Esses gestos simples ensinam mais sobre amor e segurança do que qualquer discurso.

Afinal, o que nossos filhos mais desejam não é perfeição — é nossa presença inteira, ainda que breve.

Namastê

Young woman attend courses, girl student studying, holding notebooks and showing thumb up in approval, recommending company, standing over blue background.

Chegou a hora, Enem! Você está pronto!

Como passou rápido esse ano!
Chegamos em novembro e já estamos diante de dois finais de semana de desafio.
Não perca seu foco — é hora de colocar em prática tudo o que você construiu com esforço e dedicação.

Vamos para a “guerra” dispostos a dar o nosso melhor! 💪
Sejamos resilientes e confiantes: amanhã é o primeiro passo.
Atenção especial à redação — lembre-se das orientações dos seus professores, cuide da estrutura, da coerência e da clareza do texto.
Organize o tempo e mantenha a calma.
Na próxima semana virão as exatas, e você vai amassar!

Acredite no seu potencial e na sua trajetória.
Não há atalhos, apenas caminhos — e o seu te trouxe até aqui.


📝 Dicas práticas para amanhã:

✅ Leve um documento com foto;
Confira o local da prova e o tempo de deslocamento;
Chegue cedo — evite correrias;
Imprima o cartão de confirmação;
✅ Leve água e um lanche leve;
✅ Escolha um bom lugar para sentar;
Coma bem antes da prova, mas evite alimentos muito pesados.

💤 Hoje é dia de relaxar!
Durma cedo, desconecte-se um pouco do celular e confie no seu preparo.
Seu corpo e sua mente precisam de descanso para render bem amanhã.

🧘‍♂️ Durante a prova:
Leia cada enunciado com atenção, mantenha o foco no texto e reserve tempo para preencher o cartão-resposta com calma.

E lembre-se:

“O Enem é apenas uma etapa — não define quem você é, mas pode abrir portas para o que você sonha.”

Boa prova! 🌻
Vai dar certo.

Namastê

Kids laughing at their classmate

Bullying e exclusão social: como cultivar empatia em tempos de intolerância

Vivemos em uma época em que o diálogo parece estar em risco. Pequenos desentendimentos se transformam em ofensas, e a intolerância ocupa o espaço que antes era da escuta. Nas escolas, esse cenário se reflete em algo ainda mais preocupante: o aumento dos casos de bullying e de exclusão social.

Mais do que atos isolados, esses comportamentos são sintomas de uma sociedade que esqueceu o valor da conversa. Quando o medo, a pressa e o julgamento dominam as relações, perdemos a capacidade de compreender o outro — e, consequentemente, de construir vínculos.

O poder da comunicação empática

Prevenir o bullying não é apenas uma questão de regras ou punições. É, antes de tudo, um ato de comunicação consciente. Ensinar crianças e adolescentes a expressar o que sentem e ouvir o que o outro tem a dizer é o primeiro passo para transformar agressividade em diálogo.

O psicólogo Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta e autor do livro Comunicação Não Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais (Ágora, 2021), lembra que “por trás de todo ato de violência há uma necessidade não atendida”.
Quando a escola e a família passam a olhar o comportamento sob essa lente, abrem-se caminhos para a empatia, a escuta e a corresponsabilidade.

Menos punição, mais escuta

A tendência de judicializar os conflitos escolares tem crescido — e com ela, o distanciamento. Em vez de acolher e compreender, estamos transferindo para outras instâncias o que só pode ser resolvido pelo vínculo humano.
Como já refletimos no artigo “Conflitos na escola: como transformar brigas em oportunidades de diálogo”, a mediação e a escuta ativa são as pontes mais seguras entre o erro e o aprendizado.
O diálogo não apenas resolve conflitos: ele ensina a coexistir.

Quando uma criança ou adolescente é ouvido, ela aprende que pode confiar. Quando um educador se sente apoiado, ele ensina com mais calma. Quando os pais são incluídos nas conversas, tornam-se parceiros da escola — e não meros espectadores.

Atenção plena nas relações

A prática da atenção plena (mindfulness) pode ajudar a restaurar esse espaço de conexão. Antes de reagir a uma provocação, respirar. Antes de responder, escutar. Antes de julgar, observar.
Pequenos gestos conscientes no cotidiano escolar criam uma cultura de presença — e presença é o que mais falta em tempos de excesso.

Empatia não é concordar com tudo, mas reconhecer a humanidade no outro. Talvez o maior antídoto contra a intolerância seja a coragem de permanecer em relação, mesmo quando o mais fácil seria se afastar.

Namastê