Por mais que eu tente, nunca vou conseguir entrar na cabeça de outra pessoa. E, por mais que alguém esteja ao meu lado todos os dias, essa pessoa nunca será uma cópia de mim.
Já percebi que a dificuldade em aceitar isso é a raiz de muitos conflitos. Eu espero que o outro reaja como eu reagiria, que pense como eu penso, que veja o mundo da mesma forma que eu vejo. Mas ele não vê. Ele é outra pessoa, com outra história, outros sentimentos, outras referências. E está tudo bem.
O mais curioso é que essa diferença pode acontecer até com aqueles que mais amo. Minha filha, meu esposo, meus pais – todos, em algum momento, me surpreendem com pensamentos e ações que eu não teria. E é aí que surgem as dúvidas: será que ele não me entende? Será que não se importa? Será que estou errando?
Talvez a resposta seja mais simples: ele é apenas ele. Não há erro nisso.
Aceitar essa diferença não significa abrir mão do que eu penso e sinto, mas sim aprender a respeitar o espaço do outro. E isso inclui buscar soluções que não nos machuquem e que também não machuquem quem está do outro lado.
Às vezes, basta uma pausa antes de reagir, um olhar mais atento, uma escuta real. Porque quando paro para ouvir de verdade, percebo que há um motivo por trás das palavras e atitudes do outro. Pode ser medo, cansaço, insegurança – algo que eu não tinha considerado. E, com esse entendimento, a conversa pode ser mais produtiva, sem agressões, sem disputas.
Nem sempre é fácil. Mas, aos poucos, aprendo que não preciso concordar para respeitar. Não preciso pensar igual para conviver bem. Preciso apenas lembrar que o outro é o outro – e que essa diferença faz parte da vida.
Namastê