Vivemos em tempos acelerados, em que as crianças são expostas a múltiplos estímulos desde cedo: excesso de telas, agendas lotadas e pouco espaço para o ócio criativo. Nesse cenário, cresce o número de pais e professores que se deparam com sinais de ansiedade nos pequenos — inquietação, dificuldade para dormir, alterações no apetite, choro frequente ou até dores físicas sem causa aparente.
O psiquiatra infantil Fernando Ramos Asbahr, no livro Transtornos de Ansiedade na Infância e Adolescência, lembra que a ansiedade, quando persistente, pode comprometer não só o bem-estar emocional, mas também o desenvolvimento cognitivo e social da criança. Identificar os sinais de alerta é o primeiro passo para oferecer o suporte adequado.
Práticas de atenção plena que ajudam no dia a dia
Ao lado da observação cuidadosa, algumas práticas simples de atenção plena podem fazer a diferença:
- Respiração da mãozinha: peça para a criança abrir a mão como uma estrela. Passe o dedo indicador da outra mão subindo e descendo cada dedo, inspirando na subida e expirando na descida. Esse exercício lúdico ajuda a acalmar.
 - Momento da gratidão: ao final do dia, incentive a criança a compartilhar três coisas boas que aconteceram. Isso fortalece a percepção positiva da vida cotidiana.
 - Escuta ativa: reserve alguns minutos para ouvir, sem julgamentos, o que a criança tem a dizer. O simples ato de se sentir ouvida já diminui a ansiedade.
 
A importância do ambiente
No blog já discutimos como o sono afeta diretamente a aprendizagem. Essa mesma lógica vale para a ansiedade: um ambiente previsível, rotinas consistentes e momentos de pausa são fundamentais para ajudar a criança a se autorregular.
Mais do que eliminar a ansiedade — algo impossível —, o papel de pais e professores é ensinar estratégias de autorregulação e oferecer apoio seguro. Afinal, quando o adulto se conecta de forma presente e acolhedora, a criança encontra o caminho para se reequilibrar.
Namastê

